terça-feira, 11 de março de 2014

O Cacto e a Rosa

[...] A rosa, toda boba, acha-se forte e protegida com seus meros espinhos. O cacto, riu da sua pose de durona ao ver toda sua senbilidade e delicadeza. Era uma pobre flor indefesa a rosa. Não tinha coragem de machucar uma formiga que fosse, o que tornava fácil demais contornar seus poucos espinhos para aproveitar do seu perfume. E a rosa, por sua vez, riu-se do cacto, que com todos aqueles seus espinhos, achava que podia esconder-se da dor.

O cacto não se achava capaz de se apaixonar. Conhecera muita maldade e traição em seu caminho árido, por isso exibia seus espinhos, imponente, para que ninguém pudesse se aproximar e se aproveitar dele. Mas a rosa, teimosa que só ela, aguentou firme cada farpada. Com seus espinhos a principio tentou em vão se defender. O cacto expunha sua fragilidade, e a rosa ficava corada de raiva. E foi não só por sua coragem, mas por sua delicadeza que enfim o cacto se rendeu. E ele, que por tanto tempo seu único temor era de ser ferido, agora só temia machucar a frágil rosa. Ela não merecia. Merecia alguém que a protegesse, então ele a protegeu de si mesmo. Mas ao ver a rosa chorar, pela primeira vez chorou também, e soube que não podia mais dela se afastar.

Seguiram então, com seu romance cheio de farpadas e muitas, mas muitas alegrias. Compreenderam enfim, que é possível contornar qualquer espinho, quando a necessidade de se estar junto, é maior do que a de estar protegido de tudo.

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