sábado, 28 de maio de 2011

Poesia Matemática

Às folhas tantas do livro matemático um Quociente apaixonou-se um dia doidamente por uma Incógnita. Olhou-a com seu olhar inumerável e viu-a do ápice à base uma figura ímpar; olhos rombóides, boca trapezóide, corpo retangular, seios esferóides. Fez de sua uma vida paralela à dela até que se encontraram no infinito.

"Quem és tu?", indagou ele em ânsia radical.
"Sou a soma do quadrado dos catetos. Mas pode me chamar de Hipotenusa."
E de falarem descobriram que eram (o que em aritmética corresponde a almas irmãs) primos entre si.
E assim se amaram ao quadrado da velocidade da luz numa sexta potenciação traçando ao sabor do momento e da paixão retas, curvas, círculos e linhas sinoidais nos jardins da quarta dimensão. Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidiana e os exegetas do Universo Finito. Romperam convenções newtonianas e pitagóricas. E enfim resolveram se casar, constituir um lar, mais que um lar, um perpendicular.
Convidaram para padrinhos o Poliedro e a Bissetriz. E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro sonhando com uma felicidade integral e diferencial. E se casaram e tiveram uma secante e três cones muito engraçadinhos. E foram felizes até aquele dia em que tudo vira afinal monotonia.
Foi então que surgiu o Máximo Divisor Comum, freqüentador de círculos concêntricos, viciosos. Ofereceu-lhe, a ela, uma grandeza absoluta e reduziu-a a um denominador comum.
Ele, Quociente, percebeu que com ela não formava mais um todo, uma unidade. Era o triângulo, tanto chamado amoroso. Desse problema ela era uma fração, a mais ordinária.
Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade e tudo que era espúrio passou a ser moralidade como aliás em qualquer sociedade...


(Millôr Fernandes)

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Mas afinal, o que é o tempo?

Que definição é essa que supomos ser a verdadeira para dizer o que é o tempo? Um dia, de ócio produtivo, estava a refletir sobre o que viria a ser o tempo... Me veio a mente várias indagações dessas que permeiam a humanidade desde sempre... Quem, na verdade, impôs que o dia deveria ter 24horas ou o ano 365 dias, ou por que razão alguns meses tem 31 dias, outros 30, 28? Que verdade absoluta é essa que no aliena desde o dia em que nascemos até o dia em que vamos morrer? Datas, horas... Porém “Não nos cabe decidir quanto tempo vamos viver, e sim decidir o que fazer com o tempo que nos é dado.”
Ah... O tempo... “Se não me perguntarem eu sei o que é. Se tiver que explicar para alguém, não sei. O problema é que o passado não está mais aqui, o futuro ainda não chegou e o presente voa tão rápido que parece não ter extensão alguma. Aliás, se o presente só surge pra virar passado, não daria para dizer que o tempo é uma caminhada rumo a não-existência?”
Claro, está certo. A nossa caminhada na vida é, sem dúvida alguma, em direção a morte. Mas, o que nos torna especiais é que entre o nascimento e a morte, existe um breve espaço de tempo que podemos aproveitar da melhor maneira. Desde coisas simples como sair para passear com o cachorro num final de tarde de uma terça-feira, até aquele beijo inesquecível que te faz ter certeza que conheceu o verdadeiro amor. São infinitas variações sobre o mesmo tema.
Como dizia Renato Russo: “É preciso amar as pessoas como se não houvesse amanhã”, por que na verdade nós nunca sabemos o dia em que vamos encerrar nossa participação na vida. Vamos viver, da melhor maneira que conseguirmos, vamos viver. Não vamos jogar fora todo esse precioso, e pouco, tempo que nos é destinado. Vamos todos em busca de nosso propósito maior, sermos felizes.
Como Einstein bem definiu, o tempo é “Uma ilusão. A distinção entre passado, presente e futuro não passa de uma firme e persistente ilusão.”
Então, acreditem... Nunca é tarde pra começar!

terça-feira, 17 de maio de 2011

Terceira do Plural



Tradução:  “A nossa enorme economia produtiva exige que façamos do consumo nossa forma de vida, que tornemos a compra e uso de bens em rituais, que procuremos a nossa satisfação espiritual, a satisfação do nosso ego, no consumo. Precisamos que as coisas sejam consumidas, destruídas, substituídas e descartadas a um ritmo cada vez maior”.
(Victor Lebow, 1955, Economista Norte-Americano. O cara teve a idéia que originou nossa triste época…)


"Vender, comprar, vendar os olhos
Jogar a rede... contra a parede
Querem te deixar com sede
Não querem te deixar pensar
Quem são eles? Quem eles pensam que são?"
(Engenheiros do Hawaii)

sábado, 14 de maio de 2011

Só de Sacanagem...

* Recomendo que leia ao mesmo tempo que assiste ao vídeo:


Meu coração está aos pulos!
Quantas vezes minha esperança será posta à prova?
Por quantas provas terá ela que passar?
Tudo isso que está aí no ar: malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu dinheiro, do nosso dinheiro que reservamos duramente pra educar os meninos mais pobres que nós, pra cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais.
Esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.
Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?
Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?
É certo que tempos difíceis existem pra aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.
Meu coração tá no escuro.
A luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam:
" - Não roubarás!"
" - Devolva o lápis do coleguinha!"
" - Esse apontador não é seu, minha filha!"
Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar. Até habeas-corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar, e sobre o qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará.
Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda eu vou ficar. Só de sacanagem!
Dirão:
" - Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo o mundo rouba."
E eu vou dizer:
"- Não importa! Será esse o meu carnaval. Vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos. Vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau."
Dirão:
" - É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal".
E eu direi:
" - Não admito! Minha esperança é imortal!"
E eu repito, ouviram?
IMORTAL!!!
Sei que não dá pra mudar o começo, mas, se a gente quiser, vai dar pra mudar o final.

(Elisa Lucinda)

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Voorhees

O alarme toca. Você, ainda meio sonolento, acorda e pensa: “enfim chegou sexta feira”, mas ainda sem associar corretamente a data e a tal sexta você segue a fazer suas atividades corriqueiras de uma sexta qualquer. Porém, na primeira oportunidade que se dá conta que é dia 13... Ora, uma sexta-feira 13. Mas afinal, isso é bom ou ruim?
Há muito tempo, certas épocas ou dias do ano são compreendidas como impregnadas de algum tipo de infortúnio ou má sorte, um dos mais conhecidos é a sexta feira 13. Atualmente, o encontro do dia 13 com a sexta feira é repleto de crendices e lendas que deixam os mais supersticiosos arrepiados dos pés à cabeça. Isso ficou ainda pior depois que o cinema imortalizou essa data com uma sequência de filmes de terror que todos nós conhecemos (ou pelo menos a grande maioria) por Jason Voorhees, um serial killer que ataca nessa mesma data. Contudo, poucos sabem dizer qual é a verdadeira origem da “Sexta-feira 13”. De fato, as possibilidades de explicação para esta crença se encontram difundidas em diferentes culturas espalhadas ao redor do mundo.
Mas apesar de tantos infortúnios associados a essa data, muitos a interpretam com um significado completamente oposto ao que foi aqui explicado. De acordo com os princípios da numerologia, o treze – por meio da somatória de seus dígitos – é um numeral próximo ao quatro, compreendido como um forte indício de boa sorte. Além disso, indianos, estadunidenses e mexicanos associam o número treze à felicidade e ao futuro próspero.
Então, o fato é que haverão sextas 13 ruins, como também haverão sextas 13 boas. Depende do seu ponto de vista e do que você leva como bom ou ruim. Como já dizia Einstein, tudo é relativo. A Sexta feira 13 pode ser apenas o dia que sucede uma quinta feira 12 e antecede um sábado 14, ou não. O fato é que é sexta feira, então vamos sair pra onde hoje?

domingo, 8 de maio de 2011

Mãe


"Teus braços sempre se abrem quando preciso um abraço. Teu coração sabe compreender quando preciso de uma amiga. Teus olhos sensíveis se endurecem quando preciso uma lição. Tua força e teu amor me dirigem pela vida e me dão as asas que preciso para voar."

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Fuga

Dias como este, os dias que eu paro um pouco pra escrever, são os dias que prefiro me desligar do mundo. É nesse momento que, num espaço vazio e silencioso, olhamos para dentro de nós e passamos a começar a nos conhecer, aos poucos, sempre. Dias assim são essenciais, pois a partir daí que entramos no nosso mundo, deixando todos os detalhes externos passarem.
Fico apenas com um ponto fixo em mente, eu, atitude egocêntrica, narcisismo, tudo que envolve a mim. Egoísmo? Não. Apenas um momento de reflexão... Não sei controlar esses invernos em mim, mas consigo fazer o gelo derreter a hora que eu quiser. E quando isso acontece significa que mais uma vez conseguimos encontrar o norte, o significado da nossa luta diária. Complexidades e paradoxos. Há dias que queremos paz, dias que queremos guerra. Dia de sensibilidade, mas há dias que somos tornado. Dias de amor, dias de curtição. Há dias de esconderijo, disfarce, porém há dias de se soltar.
É exatamente essas diferenças diárias que nos fazem ver a vida como ela é, suas diferenças e igualdades. Mas nenhum dia é igual ao que passou, ou ao que ainda virá. Somos como a lua, eternamente inconstantes. Por que, afinal, se a lua fosse constante não poderíamos admirar a beleza das suas diferentes fases.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Efeito Borboleta


"Algo tão pequeno quanto o vôo de uma borboleta pode causar um tufão do outro lado do mundo." 
(Teoria do Caos).

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Yes, We Can


E se tudo que você sempre acreditou e tomou como verdade de repente caísse por terra? E se toda a sua vida lhe rodeassem de acontecimentos que, na verdade, foram forjados? Seria, no mínimo, desesperador, né?
Bem... a situação não é tão complicada assim, mas é pelo menos peculiar. A História se repete (ou não).
Vamos aos fatos:
Em 20 de julho de 1969, milhões de pessoas em todo o planeta presenciaram o acontecimento do século, a chegada do homem a Lua. Porém, o fato é que, será mesmo que o homem foi à lua? Será que não passa apenas de uma fraude? Existe uma teoria difundida mundo afora, que se apóia sobre uma fraude total, ou seja, jamais o homem esteve na lua e fomos enganados a uma escala nunca vista pela humanidade. Foi uma propaganda para demonstrar seu poderio frente a Ex-União Soviética na época da Guerra Fria. União Soviética, esta, que já tinha lançado o primeiro homem a viajar pela órbita da Terra (os EUA não poderiam ficar pra trás né?). Explicações com fotos e vídeos que colocam em cheque a ida do homem à lua podem ser facilmente encontradas na Internet.
Mas o fato é... a história pode estar se repetindo. Ou vocês acham que não é nem um pouco intrigante toda essa história da morte do inimigo número 1 dos EUA, Osama Bin Laden?
Não existem fotos, não existem vídeos e nem corpo. Imagine só, quase 10 anos após Bin Laden declarar guerra à maior potencia mundial, e quando, finalmente ele é preso e morto, não existem nenhuma prova da veracidade desses fatos. Talvez esses filmes de ação que saem no cinema vez ou outra, que tratam o governo norte americano como manipulador histórico, sejam bem mais verdades do que poderíamos supor.
Eu não sei qual a história verdadeira sobre tudo isso, mas em uma coisa acredito: muitas verdades ainda estão por vir, a história do homem que desafiou os EUA não pára por aí, novos fatos ainda estão por serem descobertos.
E... ceticismo ou não, (clichês à parte) eu só acredito, vendo.

domingo, 1 de maio de 2011

Nosso Maio

1° de Maio.
Nessa mesma data, em 1886, ocorreu uma grande manifestação de trabalhadores na cidade americana de Chicago.  Milhares de trabalhadores protestavam contra as condições desumanas de trabalho e a enorme carga horária pela qual eram submetidos (13 horas diárias). A greve paralisou os Estados Unidos. Houve vários confrontos dos manifestantes com a polícia. No dia seguinte, esses confrontos se intensificaram, resultando na morte de diversos manifestantes.
Três anos depois, em 20 de junho de 1889, em Paris, a central sindical chamada Segunda Internacional instituiu o mesmo dia das manifestações como data máxima dos trabalhadores organizados. Mas foi em 23 de abril de 1919 que o senado francês proclamou o dia 1° de maio como feriado nacional.
Após isso, em 1920 a Rússia também adotou a data, o Brasil consolidou em 1924. Atualmente, inúmeros países adotam o dia 1° de maio como o Dia do Trabalho, sendo considerado feriado em muitos deles.
Precisamos exaltar a importância do trabalhador piauiense, brasileiro (e mundial) como peça fundamental para mover toda essa engrenagem do estado, do país (do mundo). Então, trabalhador, esse dia é todo nosso. Continuemos essa eterna luta por nossos direitos.
“A história do Primeiro de Maio mostra, portanto, que se trata de um dia de luto e de luta, mas não só pela redução da jornada de trabalho, mais também pela conquista de todas as outras reivindicações de quem produz a riqueza da sociedade.” – Perseu Abramo.